Eu precisava estourar meus miolos. Eu precisava de um choque
elétrico. Eu precisava de qualquer coisa que me libertasse a consciência. Que
me libertasse, também, dela. Eu precisava falar menos, e encaixar-me em algum
canto... Fosse uma caixa, uma gaveta ou um cofre.
Eu precisava desaparecer. Era necessário sentir-se integrado
e querido, mas não sem antes, aquietar-me e sumir com qualquer vestígio de uma
existência anterior. Eu queria mesmo era esfuziar, e se possível, renascer.
Mas para isso, era preciso que nem cinzas restassem. Renascer reformulado era
plausível. Ressurgir, não.
Eu precisava escapar do peso de todas as decisões. Das que
foram tomadas, das que foram delegadas e das que foram simplesmente ignoradas. Precisava
escapar das impossibilidades, das limitações. Precisava desvencilhar-me de uma
visão impregnada de cinza.
Eu tinha concluído que a vida, daqui por diante, seria a
tentativa de estabelecer um equilíbrio fino entre solidão e companhia. Porém em
meio a tanto cansaço, a tanta decepção, a tanto desconsolo e a tanto “não é
possível”, era cada vez mais difícil manter a vontade. Manter a vontade pra
que? Por quê? Pra quem?
Daqui por diante, derrota e vitória, alegria e tristeza,
sorte e azar, seriam apenas coadjuvantes. O protagonismo estaria reservado à
amargura, ao desajuste e ao vazio. Os contrastes seriam meros planos de fundo.
Ei Elton,
ResponderExcluirO início me lembrou alguns rascunhos que li no diário do Kurt Cobain, conhece? Juro que lembrei na hora!
Olha quem vai escrever a coluna é meu irmão, que e músico, mas temos um espaço aberto para você na coluna com certeza. Poxa seu cover do Paralamas ficou muito bom! Você toca algum outro instrumento além da guitarra?
Ps: me desculpe a demora a responder, minhas aulas voltaram e anda bem apertado tudo por aqui...
Beijos
O Vitrô
Olá, Liz! Não, não conheço, mas irei me informar.
ResponderExcluirObrigado pela chance e pelo elogio.
Tudo bem, sei como o tempo anda "escasso".
Beijos.