sexta-feira, 9 de agosto de 2013

9 de agosto de 2013 - Entre linhas mal traçadas

Escrevo estas “mal traçadas linhas” porque o tempo avança inclemente e já são quase duas semanas completas num absoluto deserto criativo. São quase duas semanas sem postar um texto que me expresse os pensamentos, são quase duas semanas em que talvez eles não tenham existido.

O compromisso da escrita regular tem o seu cumprimento como uma tarefa cada vez mais penosa. Conforme vão se expondo os vícios, os erros, as falhas e faltas, mais complicado torna-se escrever. Eu tentei inovar e já não me repetir, tentar novas abordagens, novos temas, diferenciar-me de tudo o que tenho feito nos últimos tempos. Porém, o que os últimos dias fizeram parecer, é que sem me repetir, já não sou eu. Não sou nada além de um eco que se propaga, sem que se possa precisar de onde partiu o primeiro grito, de onde surgiu o primeiro som.

Escrevo essas “mal traçadas linhas” porque neste período, tive ideias interessantes, mas que nunca chegaram a evoluir. Sementes que não germinaram, porque lhe faltaram iluminação, umidade e, principalmente, um terreno adequado.  Escrevo linhas tão mal concebidas, porque talvez já não seja capaz de cultivar as minhas ideias como gostaria.

Eu poderia falar de forma profunda a respeito da ação do tempo nas relações, nas pessoas, no mundo que nos cerca. Eu poderia falar sobre como cada um dos meus textos e canções é um pedaço da minha alma, que arranco do meu ser e exponho em praça pública sem saber exatamente o que quero em troca, e o que ganho com isso, é quase sempre uma condição privilegiada para assisti-los perderem-se em murais alheios, sublimados por piadas ruins, euforias incontidas e tantas outras banalidades. Poderia falar de “lições de vida” ou de como minha experiência profissional atual poderia render uma “sitcom” ou algo do tipo. Eu poderia, mas não vou. Hoje, não pareço capaz de produzir algo além de linhas mal traçadas, mal pensadas e mal escritas.


Publico este aglomerado de letras unidas por um mote fraco e sem qualquer objetivo concreto, permeadas por diversos erros gramaticais, porque entre obrigação e capacidade, foi o que consegui extrair. Porque talvez seja hora de assumir a condição que mais me coube na vida: a de autor de coisas tortas.




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