Fantasia. A gente
precisa. É indispensável. Por isso, entre fato e mito, é o mito que a gente
publica, compra, lê e recorda por décadas.
A realidade é crua. Ela não fascina, ela não entretém. Ela
cobra sem retribuir, ela pede mas não oferece, ela quer mas não divide, ela
toma sem jamais dar. Ela é uma vadia desalmada que te deixa na sarjeta. Mas,
ela está ali. Ela está no seu encalço e te acompanhará até o fim.
A fantasia é contraponto. Equilibra a balança. Enquanto a
outra é o tapa na cara sem luva de pelica, essa é o afago ao guerreiro abatido.
Essa entra em sintonia com todo sonho e desejo, essa é a manifestação do
impossível e, nossa maior paixão é justamente o impossível.
Pelo impossível, qualquer canção, qualquer série, qualquer
novela, qualquer livro, qualquer história. Toda fantasia é bem vinda, toda
fantasia é amiga, se ela se ajusta a um anseio.
E por ela vale tudo. Nela, cabe tudo: do cachorro que anda em apenas duas patas e cria um pássaro, à família que vive à frente do tempo atual
há muito. Se a recompensa nos compensa
no final, aceitar o crime, até que vale a pena.
E a gente aceita. É o flerte entre o prazer e a
necessidade... dele resulta a tolerância. Não há falha no roteiro, não há
incoerência. Se a gente simpatiza, toda a trama se fecha. E a gente acredita.
Acredita e aceita. E se agrada, a gente engole até final feliz.
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