sábado, 1 de junho de 2013

1 de junho de 2013 - Fantasia


Fantasia. A gente precisa. É indispensável. Por isso, entre fato e mito, é o mito que a gente publica, compra, lê e recorda por décadas.

A realidade é crua. Ela não fascina, ela não entretém. Ela cobra sem retribuir, ela pede mas não oferece, ela quer mas não divide, ela toma sem jamais dar. Ela é uma vadia desalmada que te deixa na sarjeta. Mas, ela está ali. Ela está no seu encalço e te acompanhará até o fim.

A fantasia é contraponto. Equilibra a balança. Enquanto a outra é o tapa na cara sem luva de pelica, essa é o afago ao guerreiro abatido. Essa entra em sintonia com todo sonho e desejo, essa é a manifestação do impossível e, nossa maior paixão é justamente o impossível.

Pelo impossível, qualquer canção, qualquer série, qualquer novela, qualquer livro, qualquer história. Toda fantasia é bem vinda, toda fantasia é amiga, se ela se ajusta a um anseio.

E por ela vale tudo. Nela, cabe tudo: do cachorro que anda em apenas duas patas e cria um pássaro, à família que vive à frente do tempo atual há muito. Se a recompensa nos compensa no final, aceitar o crime, até que vale a pena.

E a gente aceita. É o flerte entre o prazer e a necessidade... dele resulta a tolerância. Não há falha no roteiro, não há incoerência. Se a gente simpatiza, toda a trama se fecha. E a gente acredita. Acredita e aceita. E se agrada, a gente engole até final feliz.

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