Em maio de 1998, era exibido na NBC, o último episódio da
série Seinfeld. Também num mês de maio,
mas, de 2013, esse momento se fazia para
mim. Inédito. Como foi para o mar de gente que se dispôs, há quase duas
décadas, a acompanhar o desfecho da saga de Jerry Seinfeld e seus amigos.
Devo ter passado algo em torno de 4 meses a assistir essa
série. Me dediquei a isso de forma exemplar. Foi uma relação muito mais
duradoura do que a que tive com a maioria das pessoas que conheci. Certamente,
também foi muito mais útil.
Era a série a respeito do nada. Do nada que acontecia a Jerry Seinfeld, que representava a si mesmo, na trama. Do nada que acontecia também aos outros personagens, inspirados em pessoas próximas ao protagonista. A esquisitice, o inusitado, o humor ácido e, principalmente, por vezes, um enorme distanciamento da realidade, permearam o seriado e nos conduziram pelos caminhos de um comediante excêntrico, um homem gordo, pequeno, careca e cheio de traumas, uma mulher indócil e um vizinho absurdamente insano. Eram personalidades marcantes, e todos os seus atos eram inerentes a elas. Personagens utilizados em um episódio nunca foram completamente descartados, e, por vezes, retornavam, triunfantes, com grande importância, de forma surpreendente. Tudo foi muito bem escrito, bem interpretado. A história foi incrivelmente pensada e executada.
Eu, pus-me a acompanhá-la 14 anos após o seu encerramento, e foi um exercício da mais extrema fidelidade. Raramente passei um dia sem assistir um episódio. Por vezes, eram 3 num dia. E, logo, já não era a mera curiosidade de acompanhar, ou o prazer de me prender a um costume saudável, que me norteavam, era também a necessidade de ver todos os capítulos, como se fosse uma maratona, a qual, eu tinha a obrigação de finalizar.
Finalizei. Em cronologia distante da original. Distante
também das transmissões ao vivo, da espera dos intervalos de temporada, dos
programas de tv que abordavam o tema, do fervor coletivo em torno da atração.
O final da série foi decepcionante. Mas, por outro lado, não acho que alguém fosse capaz de imaginar um desfecho tão brilhante como foi o enredo por quase todo o tempo. O capítulo que o antecedeu, porém, foi um dos ápices. Imagens de diversos momentos da sitcom, imagens que mostravam os bastidores, imagens que remetiam ao adeus. Certamente foi este, um marco para quem acompanhou tudo isso de 1989 a 1998, e foi também, para mim.
A maratona foi cumprida, de forma solitária. Misto de
hábito, necessidade e distração. Compromisso realizado com louvor. Ainda bem.
Agora é hora de descansar. A distância percorrida foi de 9 anos em poucos
meses. É hora de buscar outra maratona, e, quem sabe, qualquer dia, já
descansado, rever os passos trilhados por Elaine Benes, Cosmo Kramer, George
Costanza e Jerry Seinfeld.

Maneiro hein, brô, viciou. Se eu tivesse net boa e não gato na favelinha onde as mina tem barriga de verme, assistiria. =/
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